Os sonhos agridoces que você tem quando está são
Os sonhos agridoces que você tem quando está são
Eu nunca soube da alegria que eu poderia ter durante a minha recuperação até o dia em que aquelas garrinhas se levantaram, a amargura diminuiu, e finalmente tive a chance de experimentar uma vida feliz. É preciso um tempo para superar os danos que o abuso de drogas durante anos pode causar no nosso corpo e cérebro. Eu estava me mantendo em uma zona decente por muitos anos até agosto de 2006. Mas esse mês iria mudar a minha vida pra sempre.
Pelos primeiros nove meses eu estava longe das drogas, eu não podia chorar. Tentei gritar, eu queria chorar. Todo mundo me disse que era bom chorar, mas eu não conseguia derramar uma única lágrima sequer. Um certo embrutecimento havia sido criado dentro de mim. Tantos anos de desapego com meus sentimentos fizeram com que fosse impossível ter empatia comigo mesmo. Eu nunca havia derramado tantas lágrimas até aquele dia em que me disseram que eu havia perdido meu primeiro filho. Nunca jamais, nunca até então. Eu me deitei naquela mesa fria do departamento médico de emergência enquanto o enfermeiro tentava encontrar um coração batendo dentro do meu ventre. No entanto, não havia ninguém. Então, percebi imediatamente o que havia se passado com o meu bebê desde a minha última consulta.
"Como assim que não há nenhum batimento cardíaco? O que você quer dizer é que não consegue vê-lo? "Coloquei minhas mãos sobre os olhos.
No momento em que eu havia visto aquele flash vivo de luz no meu primeiro ultra-som foi como se eu tivesse nascido de novo de uma forma completamente diferente. Havia tantas promessas, tantos sonhos amarrados naquele flash de luz. Agora, aquele flash de luz se apagava da minha vida. Eu não tinha amigos ao meu lado, não tinha minha família. Eu nem sequer tinha um telefone celular. Então, fiquei ali solitária sentada naquela sala iluminada com toda a minha dor transformada na única testemunha estranha do meu sofrimento.
Fiquei ali por horas até que o médico deu a confirmação. Eu estava sangrando e chorando, então fui ao banheiro. Pela primeira vez em toda a minha recuperação, nunca havia tido nenhuma solução espiritual, nenhum bordão de felicidade para tornar a dor mais aceitável. O procedimento cirúrgico iria ser realizado e eu iria precisar ser submetida a mais drogas. Então que tragam as drogas.
Até esse ponto, eu não tinha tomado nada, nada. Nem mesmo um Tylenol quando arrancaram o meu dente. Mas agora estavam me injetando um cateter com benzodiazepinas para me prepararem para o procedimento cirúrgico. Assim que eu senti aquela sensação de relaxamento tomando conta de mim, já não havia mais nenhum cobertor aconchegante me dando segurança. Não houve nenhum momento especial entre mim e o Deus da droga no meu entendimento. Havia somente uma cachoeira de lágrimas escorrendo pelo meu rosto e encharcando meu cabelo. Não houve sequer nenhum momento de clareza, apenas um momento nebuloso por saber que a minha vida estava completamente destroçada.
Quando saí daquela nuvem escura, me entregaram uma receita com 30 Vicodin. Meu primeiro pensamento foi que estavam tentando me matar.
"Eu já estou querendo morrer e você ainda me receita mais drogas do que eu preciso ..." Disse ao médico residente.
Imediatamente eles mudaram a prescrição.
Enquanto estava sentada no sofá assistindo ao UFC com alguns amigos, eu sabia que não conseguiria sobreviver àquela dor. No entanto, eu consegui. E consegui esse feito sem precisar enfiar nenhuma agulha no meu braço, no meu pescoço, ou na minha virilha para acertar uma veia em um beco qualquer. E hoje quando cuido dos meus filhos é que percebo o presente que eles representam para mim, pois eu perdi um filho e isso eu jamais conseguirei esquecer.
Eu nunca soube da alegria que eu poderia ter durante a minha recuperação até o dia em que aquelas garrinhas se levantaram, a amargura diminuiu, e finalmente tive a chance de experimentar uma vida feliz. É preciso um tempo para superar os danos que o abuso de drogas durante anos pode causar no nosso corpo e cérebro. Eu estava me mantendo em uma zona decente por muitos anos até agosto de 2006. Mas esse mês iria mudar a minha vida pra sempre.
Pelos primeiros nove meses eu estava longe das drogas, eu não podia chorar. Tentei gritar, eu queria chorar. Todo mundo me disse que era bom chorar, mas eu não conseguia derramar uma única lágrima sequer. Um certo embrutecimento havia sido criado dentro de mim. Tantos anos de desapego com meus sentimentos fizeram com que fosse impossível ter empatia comigo mesmo. Eu nunca havia derramado tantas lágrimas até aquele dia em que me disseram que eu havia perdido meu primeiro filho. Nunca jamais, nunca até então. Eu me deitei naquela mesa fria do departamento médico de emergência enquanto o enfermeiro tentava encontrar um coração batendo dentro do meu ventre. No entanto, não havia ninguém. Então, percebi imediatamente o que havia se passado com o meu bebê desde a minha última consulta.
"Como assim que não há nenhum batimento cardíaco? O que você quer dizer é que não consegue vê-lo? "Coloquei minhas mãos sobre os olhos.
No momento em que eu havia visto aquele flash vivo de luz no meu primeiro ultra-som foi como se eu tivesse nascido de novo de uma forma completamente diferente. Havia tantas promessas, tantos sonhos amarrados naquele flash de luz. Agora, aquele flash de luz se apagava da minha vida. Eu não tinha amigos ao meu lado, não tinha minha família. Eu nem sequer tinha um telefone celular. Então, fiquei ali solitária sentada naquela sala iluminada com toda a minha dor transformada na única testemunha estranha do meu sofrimento.
Fiquei ali por horas até que o médico deu a confirmação. Eu estava sangrando e chorando, então fui ao banheiro. Pela primeira vez em toda a minha recuperação, nunca havia tido nenhuma solução espiritual, nenhum bordão de felicidade para tornar a dor mais aceitável. O procedimento cirúrgico iria ser realizado e eu iria precisar ser submetida a mais drogas. Então que tragam as drogas.
Até esse ponto, eu não tinha tomado nada, nada. Nem mesmo um Tylenol quando arrancaram o meu dente. Mas agora estavam me injetando um cateter com benzodiazepinas para me prepararem para o procedimento cirúrgico. Assim que eu senti aquela sensação de relaxamento tomando conta de mim, já não havia mais nenhum cobertor aconchegante me dando segurança. Não houve nenhum momento especial entre mim e o Deus da droga no meu entendimento. Havia somente uma cachoeira de lágrimas escorrendo pelo meu rosto e encharcando meu cabelo. Não houve sequer nenhum momento de clareza, apenas um momento nebuloso por saber que a minha vida estava completamente destroçada.
Quando saí daquela nuvem escura, me entregaram uma receita com 30 Vicodin. Meu primeiro pensamento foi que estavam tentando me matar.
"Eu já estou querendo morrer e você ainda me receita mais drogas do que eu preciso ..." Disse ao médico residente.
Imediatamente eles mudaram a prescrição.
Enquanto estava sentada no sofá assistindo ao UFC com alguns amigos, eu sabia que não conseguiria sobreviver àquela dor. No entanto, eu consegui. E consegui esse feito sem precisar enfiar nenhuma agulha no meu braço, no meu pescoço, ou na minha virilha para acertar uma veia em um beco qualquer. E hoje quando cuido dos meus filhos é que percebo o presente que eles representam para mim, pois eu perdi um filho e isso eu jamais conseguirei esquecer.
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